sábado, 12 de abril de 2008

Alecrim e sálvia em barra estão no banheiro cortado por um muro azulejado. O toalete é o dividido e não o sabonete. O tapete feito em casa, na minha não, na de outro alguém que também gostava de fazer bico para guardanapo e presentear. Um Protex em cima do muro azulejado e só. Estava feito o cenário.

A combinação alecrim e sálvia dava em “Amor Psique” do avesso. Por que entrou neste banheiro justo neste ínterim das seis às oito da noite de sábado? Aquele intervalo era o terror das horas. Mais do que qualquer temível segunda-feira, às sete e nostálgicos domingos, às nove.

O cheiro das duas ervas levou direto ao tempo em que com essa barra cosmética lavava feridas abertas, sabia sem errar a programação da TV e lia livros de 300 páginas em menos de sete dias. Não queria lembrar desses dias, não queria lembrar que era Natal e mal podia viver o que se passava lá fora. Nem a samambaia decorada com bolas azuis e vermelhas.

Não era o que queria? Entrar em todas as coisas que gostava? Pois então. Entrou na cegueira de Saramago. Descobriu-se num cachorro que andava junto sem pedir um vintém e não mais nos relacionamentos amorosos como chegara a concluir.

- Ei, leva esse aroma daqui. Queima esse aroma, embrulha ele num jornal que já não serve mais para levar o peixe, faz dele picadinho no ralo do mesmo banheiro, se quiser. Leve como levou aqueles pijamas da época, flip flops de algodão, ácidos graxos essenciais com óleo de girassol, bolsa d’ água e aquele quilo de beterraba. Isso foi enterrado com a mesma foice que enterrou o amigo dias antes e cogitou enterrá-la, mudando de idéia e voltando atrás, antes de mudar de idéia definitivamente, dias depois.

(nem quero saber se o pronome oblíquo seria mais bem-vindo do que um artigo determinado, ou seja lá o que for, hoje não tô pra Sacconi e ele também nunca tá pra mim...)

3 comentários:

Anônimo disse...

Humm

Ainda da tempo de correr pro trevo e conseguir carona proshow do Barão!

Boraaaaa

"Quem tem um sonho não dança
Bete Balanço
Por favor!
Me avise quando for embora..."

Anônimo disse...

Um upgrade de idéias, ou na exposição delas? Mais memória, mais HD, maior clock do cpu?
Sejá la o que for, maior.

Tem algo a mais, no que anda escrevendo... mais voce, sim, mas não só isso.

Érico

Anônimo disse...

Sempre admirei seu jeito ímpar de escrever, sempre admirei seu jeito ímpar de ser, uma mulher despojada de pré-conceitos, de frescuras, uma mulher fascinante, uma mulher com uma inteligência diferenciada, tão diferenciada que nos meus momentos de fã incondicional e admirador de tanta coisa que me atrai, em meus momentos mais intelectuais que são aflorados qdo estou em contato com vc me deixam numa vontade louuuuuuucaaaaaaaaaaaaa de fazer amor com seu cérebro...

Clemerson