sexta-feira, 29 de agosto de 2008

LACINHO COR-DE-ROSA FICA BEM SÓ NA CABEÇA...

Aceito seus boleros sonoros
As rimas com donzela, tigela, cinderela e barbarella
Démodé como diriam das casas setentistas e da louça toda em cor-de-rosa

ESTIVE NO FIM DO MUNDO, LEMBREI-ME DE VOCÊ

Do tempo em que donzelas amorais seguiam o percurso do circo, da caravana da felicidade, dos dias de carnaval e dos fogos de artifício fazendo bolas de aquarela no céu. Depois que o circo, a caravana e os dias de carnaval passavam ela caminhava diferente pela cidade agora empoeirada com a placa de fim. Uns apontavam, outras balbucionavam baixo para não se fazer entender, a ala mais ressentida armava por trás (sei que você é a líder da turma, não pense que não) e ela caminhava, ora arrependida por não ter ido na boléia, isso em 96, ora vingada, são 12 anos de atraso, mas ainda vale os aplausos de congratulations.

Da série "Coisas que não acontecem mais atrás da mangueira daquele pomar de vestidos brancos e varas de pesca numa linda tarde de outono de flores do chão depois do almoço de domingo".

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

BARBIE, VÁ AS COMPRAS

Pegue pastilhas Benalet e tome um copo d' água para esperar a caravana passar. Morrison já tinha dito algo sobre os dois caminhos, as duas portas, um adeus, algo assim. Ou isto ou aquilo, era o retangular da Cecília Meireles. Uma angústia de cada vez. Sai a ordem alfabética do que aflige e entra o a-e-i-o-u do primeiro módulo dos antigos mobrais. Decepción Futebol Clube!!! Se a gente tá assim comendo capim é porque a gente quer. Olhaí o refrão surrado como a antiga calça Us Top. Felicité, felicité. Os sonhos (no plural) dos últimos seis meses, um em cada mão e meio que sem saber o que fazer deles, com eles e para eles. Hola, mapa do Chile, como cresce a cada dia, meninos e meninas. Em breve terei notícias de Rolim. O homem de algodão na cabeça se comprometeu. Talvez quando repousam no travesseiro, as idéias ficam no lugar. Eu não quero ir minha gente, eu não sou daqui, eu não tenho nada, nada... Confusa e desnutrida como Bruce Lee, virá.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

SE EU TIVESSE UM GATO DE BOTAS

Não gosta de silêncios provocados por bocejos ao mesmo tempo. Nunca esquece que viu duas pessoas nuas e sentadas uma sobre a outra chupando laranja. Desde este dia tem ojeriza à textura da laranja descascada. Fica feliz porque sapos não aparecem nos jardins de folhas úmidas que parecem vitiligo em meses que tem a letra R. Ralha com a filha que colocou adoçante no café do São Benedito. Colocou um texto de Cortázar na caixa do puzzle. Tem pavor de trabalhar em livrarias religiosas e usar camiseta branca com o mesmo motivo em alto relevo. Também tinha pavor da palavra pavor na infância. Por experiência própria, todas as pessoas que a pronunciavam tinham amigdalite e bafo conseqüente. Gosta do Preto Velho e igualmente do Velho Barreiro. Nunca esquece estampas de pijamas. Tem amigo agnóstico que usa fita do Senhor do Bonfim amarelo-ovo. Vive tendo que falar com o Gabo ainda esta semana e com urgência. Quer ser incluída em Macondo. Acha que tem chance de ser eterna ou precoce no lugar onde primos que transam têm filhos com rabo de porco. Tem os amigos mais nonsenses da comarca. Durante 13 dias de março retrasado comeu o mundo com Sucrilhos Kellogs, leite esguichado da jarra e morangos que pulam de repente quando o leite bate no sucrilhos. Um dia, antes de trabalhar tomou Yakult com gás e além da rave no estômago teve espasmos na 9th Simphony de Ludwing Van. Se tivesse todo o dinheiro do Ermírio, aplicaria em vendinhas de secos e molhados para vender milho de pipoca a granel. Sidney Magal a traçou. Quis aprender a tocar castanholas para quando o nariz escorrer com áudio. Já recorreu a Glória Khalil em doses homeopáticas para acabar com a cafonice nas relações humanas. Quando quer se sentir bem faz comparações com o lápis cinza da caixa de 36, se é pra apelar, lembra do vermelho-maravilha. Pelo andar da carruagem, o tempo fará dela a detentora do último lote de Cashmere Bouquet com validade próxima. Faz sentido nela e naquela personagem sartreana um vestido azul-anil não querer sentar-se sobre uma poltrona verde-espinafre. Passa reto por sua casa quando a mãe coloca bolas de Natal na samambaia. Entrou na fila para transplante de umbigo, mas saiu. Sua ex-vizinha tocava saxofone desde às nove, quando eram quatro da tarde. Seu quarto já teve cheiro de restaurante carioca, num domingo nada a ver. Sonha em ser um pé de manjericão de dois palmos quando crescer. Comprovou que as palavras “idiossincrassias” e “epicentro” na mesma oração é coisa de Percival de Souza. A coisa que mais a impressionou nos últimos dez dias foi o jovem que queria morrer para ir ao céu matar Jesus. Nunca sabe quando dizer que está indo.