
E ele sairá um pouco da rima ao lembrar dos cabelos despontados correndo pra um lado e pro outro, conforme o corpo dela balança ao som daquela canção com os assopros na gaita. Ele gosta de vê-la dançando nas alturas entre prédios e carros de passeio andando sem pressa.
Nesse momento, a grande platéia berra bis pra “If not for you”. Em nenhum outro lugar do mundo alguém fez bis pra essa canção, ele nem se lembra em qual turnê cantou ela pela última vez. Mas ele sabe que de algum lugar era ela que pedia pra canção continuar, ela queria dançar pra ele mais um pouco.
Por um momento ele ia pensar nela como aquela moça com cara antiga, de nariz turco e ar woodstock que se transformou numa bonita senhora de fios brancos.
Enquanto a platéia inteira passasse para as próximas músicas ele estaria parado naquela, olhando fixamente pra moça do vestido xadrez e olhos fechados que estaria se despedindo com chinelos na mão. Ela lembrava Joan Baez em dias de paz e amor. E era disso que ele mais gostava. Nem em mil possibilidades de LSD ela dançava como naquela ponte, naquela noite.
* tempo verbal, nesse caso, é autoritário: assim e não insiste
4 comentários:
Juro pelo papai do céu que não entendi nada... mas como sou prova viva de sua eloquência e capacidade verborrágica, transmito-lhe meus sinceros parabéns e votos de elevada estima e consideração.
Grazinha!
seu blog é lindo..vc sempre filosofando né!!hauahuahu
te adoro, muito muito muito!
Obrigada por sempre ouvir minhas lamúrias..hahaha
beeeeijo
Nossa, meu desejo tá vazando e exalando odores de nostalgia. Nostalgia de quê, se desejos são coisas a serem realizadas e nostalgia refere-se a sentimentos do passado? Bom, nostalgia de um tempo em que não nasci. Conheço esse tempo por causa de uma pessoa muito especial, meu amigo Bob Dylan.
Meu maior desejo é ir ao show dele e se eu tivesse dentes de leite para perder faria pedidos até pra fada dos tais. To ansioso pra sentir o que vou sentir quando olhar no relógio no momento em que a largada for dada e um provável solo de gaita surgir....de longe, não vou estar lá....mas, de longe, tenho certeza que a Grá vai se arrepiar comigo.
Bom, parceira, nas infinitas possibilidades do LSD, vamos ter que soltar uma pedra num asfalto em descida....talvez isso nos faça sentir sem direção, como um completo desconhecido, dançando no nosso destino, como uma pedra que rola....
Nossa Grá, mais que tudo... quisera eu poder estar na ponte, ou um pouquinho próxima desse show tão incrível...
Tudooo!!!
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