domingo, 23 de novembro de 2008

FECHARAM A PORTA, COM CUIDADO, ÀS TRÊS

Mesmo com a correria diária, o acaso deu conta de colocar pompas e circunstâncias na despedida. Escolheu a exatidão das horas, um domingo, a casa vazia, comida sem sustância e Gardel. Em algum lugar, sempre, alguém não estará usando o desodorante aerosol desde o mês três. A faxineira irá parar de ir às terças-feiras. Uma família com dinheiro aplicado na Caixa estadual deixará de curtir o resto do verão na serra. Já houve em Paris o último tango, a última cruzada, houve até o último dos moicanos. Eterno tem a mesma duração de permanente nos cabelos, disse alguém, há muito tempo, numa revista que nunca mais chegou às bancas.

Da série: Coisas que começaram a doer agora há pouco.

2 comentários:

Anônimo disse...

e por que queu não pensei nisso antes... antes!

abs
Lira

Angelo Horst disse...

bacana o blog, parabéns.